Local onde extravaso o que penso, onde partilho experiências, pensamentos e preocupações. Rio, choro, e canto para o lago onde tenho reflectida a minha imagem.
O nome do meu blog deveria ser penso&sintoblogovivo. O pensar e o sentir, como faces da mesma moeda permitem-nos existir, viver e querer viver. No caso do ser humano Robert Henke, olhamos para o seu percurso de vida e interrogamo-nos acerca das razões e desespero que o terá levado a cometer tal acto, tomamos consciência de vários factos. Ser jovem, bem sucedido e ter um bom futuro, não é sinónimo de felicidade. Felizmente e infelizmente a felicidade é relativa. Somos uma massa de carne pensante e emotiva, que sente prazer e dor, anseios e angústias, desejos e frustrações diárias que moderam o nosso grau de felicidade. Há um ponto tal no nosso grau de felicidade e esperança que nos parece levar ao suicídio. Provavelmente em algum momento já todos pensamos nisso ou vamos pensar. Vemos o futuro nubloso, sem grande coisa para nos dar, sentimo-nos um peso para os nossos, e perdemos a noção da razão pela qual cá andamos. Recordo-me de ter estudado Emile Durkheim e a sua teoria de suicídio (http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Suicídio), e tendo a concordar com ele. Mas o que me interessa mais são os extremos, do suicídio egoísta e do suicídio altruísta que me parecem mais comuns na nossa sociedade ocidental. Especialmente os desarticulados pela sociedade, deixados à sua sorte pela idade ou circunstâncias da vida ou então os incapazes de corresponder ao que esperavam de si mesmos e à noção do que a sociedade esperava deles. Deixo de fora o que chamo de suicídio activo, em que o acto provoca consequências maiores que a reacção emotiva de familiares, amigos ou sociedade resultando em acções como mortes de outros ou danos físicos. Pessoas convictas e desesperadas como homens-bomba ou auto-imolações são casos de coragem, desespero ou protagonismo social bem diferente do "anónimo" suicídio passivo. Aqui o individuo sente o falhanço, o desespero do "nada" do futuro e decide que o 0 é melhor que o -1 ou -2 do futuro. Segundo as noticias, o jovem alemão de 32 anos estava em depressão desde 2006, e muito influenciado pela morte da sua filha de 2 anos que padecia de má formação congénita do coração. Pensou, sentiu a vida, e apesar de tudo que tinha e ainda poderia vir a ter no futuro, pensou que o melhor era deixar este mundo. Provavelmente e dado ter deixado um bilhete para amigos e familiares, sentiu que todos iriam ficar melhor sem ele e ele já não se sentia bem cá. Precisava de ajuda que nunca quis talvez por causa de pensar que ninguém quereria um guarda-redes depressivo ou ele próprio não se permitisse a sentir falhado. O depressivo sente-se diferente, anormal, incapaz. No entanto, somos todos alvos fáceis do problema, especialmente os mais sensíveis, mais pensadores, mais auto-críticos e ansiosos pela "normalidade". Nisso os crentes têm razão, morrer com Deus no coração é mais fácil. Acreditar num inicio depois do fim acalma quem vai e quem fica. A vida era tua, decidiste o que fazer para "melhorar" as coisas. Espero acreditar durante muito tempo que tomaste a opção errada. Deixas uma marca na sociedade da qual foste parte integrante. Tinhas qualidades como pessoa e profissional. Alguém que decide acolher alguns cães na sua casa em Portugal, ao invés de se preocupar com as mundanidades próprias de um jogador de futebol, só pode ter a minha mais alta consideração. A despedida foi bonita, a morte deixa uma mensagem...espero que muitos aprendam com ela. Eu li a minha parte da mensagem. RIP...Mein Freund in diesem Leben.
no comments está ***** acrescentar algo estragaria
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