

Quando éramos miúdos inocentes tudo era fácil.
As meninas eram meninas, diferentes sim, mas não seres enigmáticos e complicados de entender e conquistar. Brincava-se aos médicos e aos papás e mamãs sem problemas, sem consequências, só pelo prazer da descoberta, da partilha e da curiosidade.
Não pensávamos que estávamos em lados diferentes da barricada do amor e da sedução, só não entendíamos como é que elas eram um pouco diferentes de nós. Eram meias amaricadas...lol. Apenas não queriam que lhes mexessem nas bonecas e queriam a última Barbie, nós apenas pensávamos em futebol e no ultimo "action-figure".
Alguns anos depois tudo muda. O "peso" da adolescência e do sexo, cria a guerra. Elas sabem o que nós queremos e nós sabemos que elas não vão querer assim tão facilmente. Educadas para serem recatadas, entrincheiram-se e geralmente têm uma relação com a fisicalicade menos impulsiva do que nós. Nós tornamo-nos ardilosos e maquiavélicos...lol
Com o tempo, as batalhas vão sucedendo e alguma resultam em Armistícios e consequentemente casamentos ou outro tipo de relações formais duradouras. A partir desse momento ( em principio )quem está casado tem a porta de pelo menos um quarto aberta para não sentir mais a solidão manual. E os que ainda continuam no campo de batalha? Esses vão lutando aqui e ali á procura do "inimigo perfeito" para assinar. Enquanto não o encontram, querem saciar todas as curiosidades e necessidades com os errados. ( "Se não encontras a mulher certa, diverte-te com as erradas" - não sei quem disse, mas tinha a sua razão. )
Os errantes, têm as suas necessidades físicas e emocionais, bastantes normais e crescentes nos "intes" e "intas", e se calhar até nos "entas". Provavelmente cresce enquanto somos vivos. Errantes que encontraram vários casos, passaram por várias "guerras mundiais". Ás vezes as barreiras caem, e encontram um ponto de união. Mesmo sem darem tudo um ao outro, consideram importante e vantajoso para ambos, trocarem carinho, vivências, partilharem momentos, alegrias, cinema, restaurante, beijos semi-apaixonados, banco traseiro do carro e por vezes motel da zona ou a casa de um deles. Estar sozinho ás vezes é mais doloroso que erguer a bandeira branca e esperar pelo melhor. Ás vezes corre muito bem, as pessoas entendem-se, trocam essências, partilham as suas histórias, os seus problemas e conseguem-se fazer um pouco mais felizes um ao outro. Algo de errado? Absolutamente nada se ambos se derem na mesma medida. Se um não for buscar mais á relação do que o outro, ou um não pedir mais do que o outro está disposto a dar. Mas parece a melhor solução intermédia para ser só e sobreviver.
Há quem prefira esperar na trincheira pelo General Certo, não se envolvendo de forma alguma caso não haja sentimentos fortes, prenunciadores de um desfecho pacífico.
Gostava de vos recordar do texto sobre o beijo, e dizer...um beijo a mais é melhor que um beijo a menos.
Acredito que os indecisos e erráticos soldados esperam alguém que os faça ficar de joelhos, capitular e esquecer de que terra ou país são, mas tarda em aparecer.
Têm receio de serem enganados ou que a contra-parte não seja exactamente o que esperavam, pelo que a paz não vai ser duradoura, e vai provocar ainda mais mortos e mais dôr que a actual. Tantas vezes a paz aparente é perturbada por denúncias do tratado que estava em cima da mesa para posterior assinatura, por vezes em alguns anos.
Em suma, acredito que os "guerreiros repousados sob o arco-íris" podem ser uma grande amizade e fonte de crescimento pessoal enquanto as pernas não fraquejarem, se totalmente imbuídos do espírito de comunicação, solidariedade e respeito que une os amigos. Em vez de se esperar pelo inimigo na trincheira, uns dias é na trincheira dele, outras é na nossa. Viva a côr. ( Não, este texto não tem o patrocínio da Robialac ou da CIN)