quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Caros pais...( para reler quando eu for pai , e ele(a) tiver 15 anos )





Começo a sentir a vontade de ter filhos...
É algo que não esperava. A ideia de poder ter um ser que aprende comigo, para quem eu sou importante, que me ama e precisa da minha ajuda começa a seduzir-me mais do que a ideia que terei de dedicar parte da minha vida a tratar dele, a mudar-lhe as fraldas e dar-lhe de comer.
Sinto alegria em brincar com a minha sobrinha, continuo a ser um "puto" grande pelo que brincar é inerente á minha natureza. Imaginar isto e aquilo, fazer aquela careta ou o té-té..
Mas eles crescem...e eles tornam-se semelhantes a nós.
A minha vontade de ter filhos passa também pelo desafio de tentar fazer mais do que o que os meus pais fizeram por mim. Não me posso queixar de quase nada, foram pais extremosos e preocupados. Apenas posso dizer que tomei para mim o sentido critico e auto-critico que tanto seguíam, que tem consequências boas e más.
De qualquer modo...
Que fazer quando o filho/a cresce?
No meu entender, é necessário relembrar sempre a nossa própria juventude na tentativa de educação saudável dos nossos filhos. Tendo isso em mente, o nosso rebento vai crescer e ser submetido a vários meios, vai sentir impulsos e tentar perceber como viver neste mundo. Os pais ficarão divididos entre "controlar" os filhos, e "dirigir" o seu crescimento, impedindo que eles sejam submetidos a alguns problemas ( assim julgam eles ) ou então deixar o filho ultrapassar todos os problemas de forma autónoma. Uma espécie de divisão entre o estado Comunista e o Estado Liberal na Economia.
Dada esta divisão, a minha teoria é esta: nenhuma informação é "too much information".
Quando os miúdos e miúdas tiverem idade ( e terão mais cedo que que pensamos ), convém dar-lhes alguma liberdade, mesmo que seja para levar algumas lambadas da vida, mas sempre com a consciência e a informação de que elas existem.
Os pais muitas vezes não se apercebem, ou apercebem-se tarde demais ( com consequências nefastas a nível psicológico para o filho )de que as limitações morais, de comportamento e hábitos, que impõem aos filhos, especialmente no caso do sexo feminino, os castra e os impede de "crescer". Muitas vezes, já com idade para serem mães , querem que as filhas sejam ainda "virgens", mas que encontrem um "marido bom" rapidamente. Bons maridos, já não há muitos, e não andam das 8 da manhã ás 23 da noite na rua. É nesta altura que os pais e mães deveriam pensar no que estava a fazer, ou tinham vontade de fazer com a idade deles, e até fizeram mas não contam a ninguém.
Devassidão? Existe. Em conta e medida correcta, é necessário. Quem decide a quantidade? Cada um de nós após a maioridade. A total inexistência da liberdade afectiva e sexual pode resultar em problemas complicados a nível emocional e estrutural nas pessoas, acredito eu. Nesta sociedade de pressão, desde a tenra idade, são os pequenos hobbies e alegrias, nas quais se incluem também namorar, beijar e fazer sexo, que nos permitem ser um pouco mais felizes.
A falta de liberdade é tão grave quanto a liberdade levada ao extremo, pode resultar em problemas tão ou mais graves. Aos 30-40 anos, muitas mulheres pensam...devia ter lutado mais pela minha vida, ser mais rebelde provavelmente seria mais feliz.
Só há uma idade para fazer as coisas. É esta. A idade anterior já passou, não volta.
Há doenças, há gravidezes inesperadas, há predadores emocionais e sexuais. Sim há isso tudo. Mas, acredito que a melhor forma de os reconhecer, de ultrapassar os problemas é ser submetido aos problemas. Da mesma forma que as vacinas são pequenas doses de vírus.
Não castrem os miúdos, não os impeçam de errar, com alguma rede de segurança, senão corre-se o risco de eles não terem auto-estima, auto-conhecimento emocional e sexual, e capacidade de enfrentar os tubarões e leões deste mundo.
Este mundo é cada vez mais complexo, mais complicado, e não é fácil triunfar nele, profissionalmente, familiarmente e emocionalmente. Se o miúdo tiver os pais como apoio e maiores amigos e fãs, ao invés de os seus maiores críticos e opressores, quase com certeza terá uma personalidade estruturada, forte e capaz de passar o mesmo aos vossos netos.
Deixem os miúdos fazer as asneiras todas antes de casar, não vão eles ganhar vontade depois.
Palavras de um teórico, lírico talvez, mas muito esperançado.

2 comentários:

  1. Optimo texto amigo,gostei e estou na mesma situação que tu,até mesmo na sobrinha,loool,mas,(agora é na brincadeira como não podia deixar de ssr,lool)tu tem cuidado com o que desejas...que costuma acontecer,hehehehehehe

    Um abraço

    ResponderEliminar
  2. Não me digas que a minha vontade de ser mãe também te contagiou? :(

    ResponderEliminar