

Bom dia. Já que estou vivo e me sinto só, queria uma pessoa quase perfeita para partilhar a vida.
Parece estranho, não? Nas nossas vivências precisamos, num ou noutro momento ou então sempre, de alguém com quem partilhar alegrias e problemas. Faz parte do ser humano, uma emotividade intensa. Uns disfarçam-na com o trabalho, com o amor a si próprio e egoísmo sentimental, mas existe sempre.
Esta sociedade de consumo onde somos bombardeados por imensa publicidade e todos os dias analisamos centenas de factos, comparando características, decidindo qual o melhor, mais barato, provamos marcas e satisfazemos a curiosidade do provar encontra de alguma forma um paralelo na nossa vida sentimental. Queremos uma mulher mistura de Beyonce com Katy Perry, com pozinhos de Katherine Heigl e a mente da Dra. do apoio sexual.
Mas encontramos alguém que nos diz algo...os olhos, o aspecto, a forma de falar, aquele sorriso, algo nos puxa irremediavelmente para o queremos para nós. Brinca-se com as palavras, joga-se a batalha da sedução e...ás vezes ganha-se. E é terrivelmente bom. A adrenalina e as hormonas inundam-nos nos primeiros beijos, nos primeiros toques, mas vamos conhecendo a pessoa e recebemos também tudo que ela tem, de bom e de menos bom. Com o tempo tendemos a desvalorizar o ser que temos ao nosso lado, e pior, a olhar para os novos "modelos que saíram este ano". Os beijos, os toques, a troca de prazer começa a não ser tão inesperada, a curiosidade perde-se um pouco. O que comparado com o desconhecido da pessoa que encontrámos no café ou a colega do emprego ou a empregado de bar onde se costuma ir, começa a perder terreno. Voltamos a ser o "descobridor", que quer saciar a curiosidade e fazer inverter vertiginosamente a montanha russa da sedução e da insinuação em que se converteu a nova "amizade". Todos queremos abrir a caixa, provar o queijo, podemos é entrar na ratoeira.
Que dizer á pessoa que tal como nós investiu na relação? Desculpa, mas passou? É só uma brincadeira e depois volto para ti? Sou de várias pessoas? É só sexo?
Talvez por este receio procuramos a melhor pessoa possível para nós, quase perfeita. Linda, inteligente, espirituosa, compreensiva, trabalhadora, sensual e uma fera na cama. Tudo para nos precaver de matar as curiosidades que um dia nos vão aparecer, e poder ganhar a luta entre manter o excelente modelo velho que temos ou provar o novo desconhecido modelo.
Todas as desculpa são boas para evitar queremos descobrir a novidade. Para o homem é mais complicado resistir aos encantos do que ainda não se provou. Porquê? Porque temos tendência a querer provar várias para descobrir quem queremos amar. Porque, na nossa cabeça,sermos amados por várias significa que somos excelentes homens, e porque no nosso crescimento não fomos habituados a controlar o apetite pelo fruto proibido, mas antes a fazer crescer a ânsia de o comer, porque "é de homem". A mulher tende a não sobrevalorizar características sexuais. Ama e tenta amar até ao fim, amenizando os defeitos.Provavelmente prefere a estabilidade, a segurança de uma relação construída, o pai para os filhos. Acho que o amor feminino é mais puro, mas emotivo,embora já o tenha sido mais... O homem é menos capaz de se sacrificar pela estabilidade da relação, pela sua leveza de consciência ( principalmente porque parece ser capaz de comer fora e entrar em casa com toda a leveza do mundo perguntando se a comida está pronta ). É capaz também de ir buscar pão á padeira, peixe á peixeira, e carne á mulher do talhante, sendo que em casa tem a esposa que trata dos filhos, sem a tratar como o hipermercado que consegue ser.
Os homens gostavam de casar com a mulher quase perfeita. Porquê quase perfeita? Porque se fosse perfeita seria complicado atirar-lhe á cara algum defeito ou perceber que ela estava sempre certa e ele errado.
A mulher também não deve querer o homem perfeito dado que seria bastante complicado guardar aquele "naco de carne" de todas as leoas descomprometidas ou não, carentes por um homem a sério, que as trate como pessoas a sério.
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