domingo, 22 de março de 2009

Quem feio ama, menos feio lhe parece...



As mulheres são seres lindos.
Um dos seus grandes atractivos são as diferenças que apresentam em relação aos homens. As curvas, o cheiro, a pele de bébé, o cabelo, a carne tenrinha..ehehe
Hoje apetece-me falar sobre a beleza feminina, algo de relativo, mas...interessantíssimo.
( Parecem que tudo de que falo se remete á relatividade das coisas e do vicio que tenho em tentar mostrar que olhamos as coisas muito superficialmente, como se estivesse todo um outro mundo por detrás do palco que vemos ).
Mas continuando...
A beleza feminina, apesar de relativa tem vários fios condutores.
Historicamente e recorrendo ás estátuas e quadros da Antiguidade verificamos que a mulher curvilínea, fértil, capaz de aguentar a maternidade, era a ideia dominante de beleza e sexualidade. A mulher Renascentista, "fortezinha", bem aconchegante foi substituída por uma imagem de mulher cada vez mais atlética, magra. Na actualidade as doenças são debeladas por medicamentos e as adiposidades, anteriormente reservas de nutrientes, podem ser agora excessos pouco salutares. A vontade de baixar o nível de gordura atinge até dimensões preocupantes em alguns casos. A pele branca como cal tão apreciada, foi substituída pelo laranja. O homem também passou por alterações mas menos radicais passado a se um pouco mais andrógeno, de queixo definido, tal como os seus abdominais, desportivo e depilado. Com uma máquina do tempo e alguns homens e mulheres de séculos diferentes, perceberíamos as risadas de cada um em relação ás escolhas dos outros. Os gostos não são iguais no mesmo tempo, mas há um ideal confirmado na maioria.

Há vários estudos sobre o físico das mulheres e que supostamente têm uma espécie de acção instintiva sobre os homens, nomeadamente as proporções das ancas relativamente á cintura e ombros e os seios capazes de alimentar os filhos, mas...acredito que grande parte do ideal de beleza é aprendido e verificado. Falam também da simétricalidade do rosto, sobrancelhas levantadas, olhos grandes e lábios carnudos, mas ás vezes há combinações deliciosas, fora do ideal.
Cada um de nós olha para 2 mulheres e consegue dizer uma é mais bonita que outra, mas...quando alargada a amostra para umas dezenas, as opiniões começam a ser diferentes entre os homens, dadas as preferências intrínsecas. Desde pequenos somos confrontados com heroínas ( seja a mãe, a tia , a prima ou apenas a namorada do herói do filme ). Acredito que tendo por base esses inputs, fazemos uma imagem de mulher ideal, e de beleza. As revistas de moda ( com as suas fotos escolhidas a dedo e retocadas a photoshop ) , criam uma deusa feminina quase irreal. Todos somos bombardeados com os placards de anúncios que veiculam o último ideal de homem e mulher, em perfumes, jóias, carros, até vinhos. As actrizes e actores são cada vez mais bonitos e quase não há "pessoas feias" em filmes e séries, tal como não há pobres nas novelas.
A maioria de nós tenta seguir modas e tendências para se mostrar mais ideal e mais atraente ao sexo oposto. ( Pêlos começam a ser considerados inestéticos apesar de serem anteriormente sinónimo de masculinidade, unhas cuidadas e pintadas na mulher, pele bronzeada e musculatura definida ). Também a moda desempenha aqui um papel social, o qual aproveita economicamente. Um ano é boca de sino, no outro é bainha descaida, no outro é ventre á mostra, piercing ou não, bota com pêlo, bota de cano alto de verniz, etc...Os animais também têm estas coisas, com plumagens e recursos próprios.
No meio de isto tudo ela aparece...Qual o motor?? Diria, a nossa própria solidão que é preciso colmatar ( mesmo que ás vezes estejamos acompanhados ). Vemos, desejamos, falamos, confirmamos o desejo, rimos, brincamos á sedução e queremo-la. Ela encaixa nos nossos sonhos.
Se pensamos que é bonita? Temos certeza. Mais bonita ou menos que outras? Não interessa, pelo menos enquanto inebriados pelo desejo de a fazer nossa, de ela nos querer agradar tanto como a queremos agradar. O amanhã é uma incógnita. A forma como o olhar dela brilha, como sorri, como faz aquele jeito com o lábio, a sua individualidade tem por alguns momentos uma força imensa. Torna-a a única que interessa. Por ela, e enquanto estivermos desesperadamente apaixonados, fazemos tudo.
Por alguns dias, meses ou até anos ( quem dera para sempre ), o cabelo dela é o melhor, as covinhas das bochechas são as mais giras, ou o cheiro do pescoço dela é o único que nos faz sonhar. Até um dia.... Apesar de não ser tão bonita quanto algumas pessoa que conhecemos e outras que queríamos conhecer, ela tem um poder que supera qualquer outra característica física. Ela cativou-nos o coração.
A beleza não é tudo, nem pouco mais ou menos, mas...é o empurrão.
Vejo poucas pessoas bonitas a escolher como companheiros, pessoas feias ( excepto a Bárbara Guimarães, brincadeira ). Há excepções, mas há também uma endogamia acentuada entre pessoas bonitas e pessoas feias, talvez por causa de expectativas próprias.
A Beleza não põe a mesa, mas...queremos o pacote completo, nesta vida, se possível. Lindíssima, inteligente, carinhosa, leoa na cama, compreensiva e divertida...Anda cá Charlize Theron :-P
Os predicados que procuramos não são exclusivos das bonitas nem das feias, e são só observáveis com o tempo.
Beleza é uma injustiça genética? Com certeza, mas...quem disse que a vida é justa? Melhor feio do que cego, ou doente mental. Se fôssemos todos bonitos, os feios passavam a ser mais procurados, se fôssemos todos iguais, os diferentes seriam sobrevalorizados. A escassez valoriza até o ouro...um pedaço de metal reluzente que não alimenta, não dá calor e apenas serve para pisa-papéis que não enferruja e raramente alérgico.
Resta apreciar a nossa própria individualidade e mostrar ao outro quem somos de forma a que ele também a aprecie, ou não...Se gostar de nós pelas mamas de silicone que pusemos, ou pela côr do solário, não ficará connosco por amor até aos 50 anos. Haverá sempre muita oferta e muita procura.
Encontrem-se, amem e sejam felizes.

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