sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A dança do Acasalamento: o Flirt e a Sedução.


Quando entramos na adolescência o nosso comportamento relativamente ao sexo oposto muda bastante. Antes parceiros ou concorrentes em brincadeiras, nas quais pouco mudava em relação ao sexo do parceiro de brincadeira ( salvo brincar aos médicos e enfermeiras, e o futebol e ás bonecas ), agora membros de 2 clubes diferentes, e entre os quais existe todo um conjunto de comportamentos, rituais, limites. Começamos a perceber o nosso poder, o papel que representamos e a consequência para o nosso ego, de sermos aceites e valorizados por uma membro do sexo oposto. ( ou do mesmo, para quem descobre que é gay.. :-) )
Assim sendo começamos a desempenhar o nosso papel no jogo do flirt , na sedução. Não é difícil encontrar comportamentos semelhantes no mundo animal, onde geralmente o macho inicia um ritual de cortejamento, no sentido de impressionar a fêmea, de a fazer atrair pelas suas capacidades e características. Sejam as penas, as papadas, seja dominar outros machos pela força. Na sociedade actual, para além do dinheiro ( demonstrado no que conduzimos, na nossa habitação, nas roupas que vestimos ) existe também o que dizemos e como o dizemos, ou seja, o que revelamos da nossa personalidade e da nossa inteligência. A inteligência e a perspicácia tem na actualidade grande sex-appeal, quase tanto como abdominais definidos ou seios C ou D. :-) Assim como o humor, e a sensibilidade.
Tudo isso é verificado e medido aquando das conversas que se desenrolam entre 2 pessoas, avançando e recuando como espadachins e esperando ouvir a resposta a cada nova estocada."En garde". Defendemos as provocações , provocamos em resposta, ora ficando em vantagem , ora em desvantagem.
Essas conversas são algo viciantes dado que dão uma sensação de prazer ( quando bem desenroladas ), há uma sensação de concretização, massagem mental ao ego, sentimo-nos poderosos e capazes de dizer coisas que afectam a outra pessoa, no bom sentido. Provavelmente comparar o flirt à masturbação mútuas é algo exagerado, mas...é aquilo que me faz lembrar. ( Já alguém disse que as minhas comparações eram do pior :-)) Provavelmente será mais semelhante a uma luta greco-romana moderada, com o sexo oposto, em que quase é tão bom ficar por baixo como por cima, ou correr ao redor da miúda e ela atrás de nós...ehehehe.
Com o passar do tempo e com a repetição do agradável ritual, começa-se a querer mais dessa "luta". A falta dela causa desconforto. ( Aqui não distingo o estado civil dos intervenientes. prazer é prazer, novidade e hormonas continuarão a sê-lo mesmo depois de casados e muitas vezes especialmente depois de casados). Assim sendo essa luta de vontades pode culminar em dar o passo a seguir ( concretizar a luta através do relacionamento físico, sendo que o primeiro beijo é algo de extremamente intenso ) ou então em apenas obter o prazer da luta de vontades e capacidades mentais e de argumentação, não retirando mais prazer do que esse, tornando o ritual num hobby inofensivo. Ou então não, dirão os mais puristas, advogando que tal pode ser considerada uma forma de traição. Não partilho da ideia. Acho que pode ser salutar, praticar a sedução, desde que não se desenvolva, e cada um o encare como brincadeira pura. aliás até acho que a sedução e o flirt deve ser praticado sempre, especialmente com a nossa companheira, tal como uma pontinha de ciúme, para avivar a chama do medo de se perder a pessoa que é "nossa". Pode ser o término do flirt, do batalhar para ganhar o dia, uma das razões para a monotonia sentimental nos casamentos.
No reino do flirt surgem agora novas possibilidades como o flirt virtual nos chats e no Second life ou mundos 3d mais sexuais. Um dia terei de falar sobre sexo virtual..lol
Seja como for, o flirt faz parte da vida, do poder pessoal de agradar e inerente à sua sexualidade. O chocolate da vida, sendo que o amor será a nossa comida substancial preferida e a paixão o gelado com topping. lol

Sem comentários:

Enviar um comentário